Ad Matai! Editoriais Matérias Opinião Histórias Links Expediente Email

7 — MASHIACH — UM SER HUMANO (II)

 

Na mensagem anterior, mostramos como o judaísmo sempre esperou que cada geração tivesse uma pessoa que despontasse inquestionavelmente como seu líder, pois cada geração precisa ter o seu Moisés, e aprendemos que Mashiach é apenas o último em nossa longa tradição.

Mesmo assim, ainda podemos perguntar como pode uma pessoa mudar o mundo? Não há dúvida de que, pode-se argumentar, um líder judeu suficientemente grande pode influenciar profundamente o povo judeu, mas como pode ele influenciar os 5 bilhões de não-judeus? Uma possível abordagem, suficientemente singular, pode ser encontrada numa analogia com o poder do mal: testemunhamos um dos mais terríveis acontecimentos da história. Um maligno indivíduo praticamente acabou com a civilização e quase destruiu o povo judeu. A capacidade de Hitler [que seu nome e memória sejam apagados] de persuadir as massas, de evocar o lado mau de milhões de pessoas, revelou níveis inconcebíveis de depravação, produzindo uma sublevação da qual o mundo ainda não se recuperou plenamente.

Mesmo recentemente, vimos pequenos tiranos quase que porem o mundo a perder.

No entanto, como seres humanos decentes, como judeus, e em especial como pessoas que crêem no Todo-Poderoso, precisamos acreditar que as pessoas são intrinsecamente boas. Aceitamos como um axioma a crença judaica de que a força do bem é mais profunda do que a força do mal e mais potente do que ele. Se um indivíduo pode instigar milhões a abandonarem toda compaixão, quanto mais não pode uma boa e santa pessoa influenciar dezenas de milhões no caminho da decência e da moralidade?

Tal pessoa, no entanto, precisa possuir mais do que carisma e grandes habilidades de liderança. Caso contrário, como ousaremos acreditar nela? O perigo de um líder reside em como a sabedoria convencional nos diz que ele é o escolhido: pelas qualidades que possui.

Contudo, o judaísmo ensina-nos que D’us escolhe uma pessoa por aquilo que ela não é. Quanto maior for o ego de uma pessoa, sua erudição, sua piedade e suas boas intenções, mesmo assim, mais ela será um obstáculo para a vontade de D’us, menos essa pessoa poderá receber a palavra de D’us e menos qualificada ela será para ser a mensageira de D’us.

Em vez disso, na medida em que uma pessoa se auto-anula, na medida em que ela entregar seu ego a D’us, o líder judeu em potencial poderá servir como conduto para a mensagem de D’us a Seu povo, e poderá trazer bondade e santidade para o mundo.

Vemos isto em Moisés — o primeiro Mashiach do povo judeu - descrito paradoxalmente como possuindo tanta realeza como humildade. O poder de Moisés, sua liderança, sua realeza vieram de sua autonegação, de sua capacidade de se despojar de seu ego, de forma a ser o veículo para a mensagem de D’us, não adulterada, para o mundo.

Esta característica crítica — humildade — todos os verdadeiros líderes judeus a possuíram. Mashiach, em particular, será o mais humilde, de todos os homens o que mais se anulará, a despeito da grandeza de sua erudição e liderança.

Esta pessoa, por si só, pode inspirar e extrair os melhores e mais nobres atributos da humanidade.

O mundo precisa agora, mais do que nunca, é desta pessoa que possa, de uma vez por todas, revelar a bondade inerente que está em todos nós, e, assim, anunciar a era da redenção. Este é Mashiach.