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32 — PESSACH

“Como nos dias da sua saída da terra do Egito, Eu lhes mostrarei maravilhas.” Assim fala o profeta sobre os dias de Mashiach. Na verdade, o êxodo do Egito, que celebramos todo Pessach, permanece sendo o modelo da Redenção. Nossos sábios declaram que o padrão de exílio e Redenção estabelecido naquela época — padrão que não apenas reencenamos, mas revivemos todo Pessach — é o padrão de todos os futuros exílios e Redenções do povo judeu, especialmente a Redenção final.

Muitas comparações são feitas entre os tempos de Moisés e os tempos de Mashiach: os eruditos e os profetas concordam em que muitos detalhes se repetirão, detalhes tais como o intenso sofrimento e a escravidão dos judeus; a confusão e a dúvida em torno do anúncio da Redenção; os milagres ligados ao êxodo do Egito. Tudo isto e muito mais terá paralelos no tempo de Mashiach.

Ademais, em muitas maneiras Mashiach será comparável a Moisés. Como Moisés, Mashiach cuidará de toda pessoa, esteja ela no mais elevado nível espiritual e intelectual e também das pessoas mais humildes. Mashiach, como Moisés, passará por muitas provas antes de sua liderança ser finalmente aceita.

Com todas conexões entre Pessach e os dias de Mashiach, não é de surpreender que o Baal Shem Tov, o fundador do movimento chassídico, instituísse um costume que liga as observâncias essenciais de Pessach com Mashiach. O Baal Shem Tov costumava fazer uma terceira refeição no último dia de Pessach, uma refeição que ele chamava de “Seudat Mashiach” ou “A refeição festiva de Mashiach”. Nessa refeição, devia se ter o cuidado de comer matsá [pão ázimo] e beber quatro copos de vinho. Porque naquele dia, explicava o Baal Shem Tov, revela-se abertamente a luz de Mashiach.

Podemos perguntar por que foi especificamente o Baal Shem Tov que deu início a este costume. Nós encontramos as respostas na missão do Baal Shem Tov, que teve um relacionamento único com a revelação de Mashiach: o Baal Shem Tov escreve numa carta que certo ano, em Rosh Hashaná, sua alma ascendeu aos reinos espirituais, e foi-lhe dado o privilégio de entrar no palácio de Mashiach. Perguntou o Baal Shem Tov: “Mestre, quando virás?” E Mashiach respondeu: “Quando as fontes de teus ensinamentos se espalharem por toda parte”.

Seudat Mashiach”, “a refeição festiva de Mashiach”, também, está de acordo com os ensinamentos chassídicos, de que se deve servir a D’us com o corpo e o ambiente material, pois nos tempos de Mashiach, a Presença Divina Se revelará especificamente no mundo físico.

Mas por que foi escolhido Pessach, especificamente o seu último dia, para “Seudat Mashiach”, “a refeição festiva de Mashiach?” Porque o conceito, a própria possibilidade de Redenção, começou com o êxodo do Egito, naquela ocasião — Pessach — torna-se a conduta espiritual particular e o canal, também particular, para a futura e final Redenção. À medida que o fluxo da Luz Divina ilumina mais intensamente seu término, assim a radiância da luz de Mashiach se revela mais intensamente no último dia de Pessach.

A propósito, “Seudat Mashiach”, “a refeição festiva de Mashiach”, enfatiza, junto com o ato de comer matsá, o ato de beber quatro copos de vinho. As quatro taças do Sêder correspondem, entre outras coisas, às “quatro taças de retribuição” que D’us fará com que as nações do mundo bebam no futuro, e concomitantemente, às “quatro taças de consolo” que Ele fará os judeus beberem. Ou, como explicou o Rebe de Lubavitch, os quatro copos de vinho na noite do Sêder são os copos de Moshé Rabeinu; os quatro cálices de vinho na “Seudat Mashiach”, “a refeição festiva de Mashiach”, no último dia de Pessach, são os cálices de nosso justo Mashiach.

Possam todos merecer celebrar a “Seudat Mashiach” em Jerusalém, e neste ano beber os quatro cálices com Mashiach.