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3 — ESPERAR POR MASHIACH?

Para muitos, Mashiach tornou-se uma fantasia. Pensam que aguardá-lo tornou-se uma ilusão, uma muleta para os que têm problemas, um mito para o povo judeu durante os tempos de tribulação. Se Mashiach é real, perguntam tais pessoas, por que não ouvimos falar dele nestes dois mil anos?

 

Os judeus sofreram com os massacres, as Cruzadas, as torturas, a Inquisição, as expulsões, os extermínios, os pogroms e o Holocausto, iludidos por sonhos de redenção. Somente falsos Messias, dizem eles, apareceram para favorecer o desencorajamento e a perseguição do povo judeu.

 

Mas a verdade é que negar Mashiach é uma crença baseada em suposições, não em fatos. Crer em Mashiach e aguardar sua vinda fazem parte dos fundamentos do judaísmo. Maimônides, o renomado médico e codificador da lei judaica, declarou isto como um dos Treze Princípios de Fé. Realmente, sem a crença de que Mashiach pode vir e virá a qualquer momento, o judaísmo, nossa história, a própria Torá perdem seu valor e propósito. Como disse Maimônides, aquele que nega a realidade de Mashiach nega não só os profetas, mas a Torá.

 

Por quê?

 

Por que a crença em Mashiach é um princípio fundamental do judaísmo?

 

A Torá nos ensina que D’us criou os céus e a terra por uma razão — para ter um lar, onde habitar no universo físico. Isto é, o mundo deveria atingir um estado em que a Divina Presença possa Se manifestar em toda a Sua intensidade. Virá o tempo em que “o conhecimento do Senhor encherá a terra assim como as águas cobrem o mar”.

 

Este é o propósito da Criação: que seja revelada a Divindade dentro do mundo físico, que toda a humanidade “invocará a Ele na verdade”,

 

Como chegamos lá?

 

Tudo “depende de nossas ações e serviço ao longo da Galut (exílio)” [Tanya, cap. 37]. Cada mitsvá que fazemos, cada palavra da Torá que estudamos, cada sacrifício em prol do bem e da bondade acrescenta alguma luz que afasta um pouco mais a escuridão, adiciona outro tijolo, por assim dizer, ao Micdash HaShelishí espiritual — o Terceiro Templo. Quando tivermos feito o que podemos e devemos fazer para purificar o mundo físico, Mashiach virá.

 

E Mashiach?

 

A tarefa de Mashiach é corrigir o mundo — a partir de dentro. Nossos esforços dirigem-se para o exterior, para preparar o ambiente para a Redenção. Mas nós mesmos não podemos fazê-lo. Como no primeiro Êxodo, D’us enviou um emissário, Moisés, de forma que, ao final, Ele também enviará um emissário, Mashiach. Não podemos ver agora o efeito de nossas mitsvot, nosso serviço a D’us, visto que não somos capazes de vermos por nós mesmos. Mas Mashiach nos ensinará e conduzirá e, sim, lutará — até que experimentemos uma transformação interna.

 

E aguardar?

 

Ensinaram nossos Sábios: “Quando alguém é conduzido ao Tribunal Celestial, é-lhe perguntado: ‘Você ansiou pela Redenção?’ Se alguma coisa é importante, nós a aguardamos ansiosamente, constantemente nos indagando quando — antecipadamente sem respiração, como diz o ditado. É assim que devemos ser em relação a Mashiach.

 

E há outra questão: quando desejamos ardentemente alguma coisa, quando sinceramente a desejamos, nossa expectativa e esperança é evidente em tudo o que dizemos e fazemos. Não pode haver dúvida quanto à importância, para nós, de nosso envolvimento. E nossa própria preocupação, por ser tão evidente, exerce poderoso efeito sobre os outros. Os que nos circundam começam a ficar interessados, a partilhar nossa antecipação, a simpatizar conosco e se sentem participantes da experiência de preocupação, desejo ardente e esperança.

 

Então, quando começamos a agir de uma maneira que redundará no resultado desejado, que apressará sua ocorrência, os outros que a nós se juntaram em nossa espera farão tudo que puderem para nos auxiliar, mesmo imitando-nos se isto ajudar.

 

Este é o modelo que nossos Sábios nos ensinam: mediante nossa intensa espera e desejo, mudaremos nossa própria compreensão, nossa própria perspectiva; vendo nossa intensidade, e por meio de nossos atos — as mitsvot, os atos de bondade — que se seguem, criaremos “vibrações de simpatia” nos outros.

 

E, num esforço cumulativo, isto conduzirá a uma resposta do Alto, que terminou nossa espera, que Mashiach está aqui. Agora.