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O PAPEL DAS NAÇÕES

Qual será o papel das nações — não-judias — para trazer Mashiach? Sabemos que Mashiach reunirá o povo judeu de seu exílio, fazendo-os retornar à terra de Israel de entre as nações. Além disso, a opressão por parte das outras nações tem sido uma característica proeminente da existência judaica desde o início. De alguma maneira, essa opressão piorou, tornou-se mais aguda, à medida que se prolongou o exílio. Pode parecer, pois, que os não-judeus têm um papel pequeno, passivo — até mesmo negativo —em trazer a Redenção. Talvez as nações do mundo não ajudem a trazer Mashiach, talvez elas não participem da Redenção.

Na verdade, porém, o oposto é o verdadeiro. Os gentios têm um papel ativo em trazer a Redenção, como o profeta Isaías diz ao povo judeu: “E eles trarão seus irmãos do meio de todas as nações”. A Redenção somente virá com a ajuda das nações; é com o seu apoio que o serviço Divino do povo judeu trará Mashiach.

Isto parece estranho: se o exílio entre as nações foi tão prejudicial, como podem aqueles que perseguiram o povo judeu ajudar em sua redenção? Para compreender o papel das nações, primeiro precisamos compreender qual é a fonte de Redenção.

A fonte da Redenção — a que trará Mashiach — é exatamente o serviço Divino desempenhado no exílio. O estudo da Torá, a observância de mitsvot, a disseminação da Divindade e os ensinamentos íntimos da Torá, tudo isto feito no exílio, nas trevas, por assim dizer — mediante isto nós preparamos o mundo para Mashiach. Visto que o propósito da Criação é transformar mesmo a existência material, o mundo mais inferior, o mais escuro canto, num lugar para D’us habitar, as mitsvot e a Torá no exílio são pré-condição necessária para a Redenção.

Ora, visto que o serviço Divino no exílio necessariamente conduz à Redenção, o próprio mundo, o ambiente nas terras de exílio, precisa apoiar o Serviço Divino. De boa vontade ou não, como hospedeiras ou como tiranas, as nações do mundo têm contribuído para as condições para trazer Mashiach: as duras condições têm forçado o povo judeu a mais ainda se dedicar à Torá, a fazer sacrifícios pelas mitsvot; a bondade tem permitido que os judeus estudem e cumpram da maneira mais alegre e abrangente. Mas há um ponto importante a ser lembrado: quanto mais perto chegamos de Mashiach, mais luz afasta a escuridão e mais aberta e reconhecível se torna esta assistência.

Em gerações anteriores, muitos judeus viveram em países que prejudicaram e obstruíram o serviço Divino. Em sua maioria, as nações faziam tudo que podiam para impedir que o povo judeu estudasse a Torá e observasse as mitsvot. Na verdade, ao longo dos séculos, houve também muitos gentios justos, mas a história é uma ladainha de nações que tentaram tornar completa e total a escuridão do exílio.

Hoje, porém, nas últimas gerações antes de Mashiach, não é o que acontece. Muitos judeus vivem agora em nações benevolentes, onde não apenas pessoas, mas as próprias nações levam ao estudo da Torá e à observância das mitsvot. A começar do país em que a maioria dos judeus vive — os Estados Unidos — as nações materialmente e industrialmente avançadas são também, em sua maioria, espiritualmente adiantadas, criando um ambiente que apóia os esforços do povo judeu no sentido de alcançar a Redenção interior em seu serviço Divino. Essa Redenção interior, por sua vez, trará a Redenção em seu sentido mais simples, uma era de bondade e de paz, um reconhecimento da Divindade dentro do mundo. Então, a ajuda dos reinos de bondade se estenderá além de suas fronteiras, conforme ajudarem e apressarem o retorno do povo judeu à terra de Israel.

Na verdade, tão aberto se tornou o apoio do mundo não-judeu, tão óbvia ficou a conexão de suas Redenções com a do povo judeu, que, nos últimos anos, até mesmo outros países, de há muito notórios por sua oposição ao Judaísmo e por sua opressão, removeram os obstáculos ao povo judeu, derrubaram as cortinas de ferro que bloqueavam a Torá e as mitsvot, e agora apóiam ativamente e dão assistência à disseminação do Judaísmo. Eles vão mais além ainda, e agora facilitam a livre emigração para a terra de Israel. Com toda certeza, isto é um antegozo da assistência que as nações darão ao povo judeu na Redenção completa e final.